domingo, 16 de agosto de 2009

E o feitiço...

aaaaa"Simplesmente patético" é provavelmente a expressão que melhor descreve o manifesto pseudorevolucionário de ontem.
aaaaaO nome do movimento, Fora Sarney, indica a quem ouve falar que existe um ótimo motivo por trás da causa. Infelizmente, a grande maioria dos participantes da "revolução" não sabia sequer por que estava lá. A maior parte dos manifestantes, por ser formada por jovens estudantes, não viveu na época do governo de Sarney e, atualmente, não faz ideia do que se passa no Senado.
aaaaaA partir disso, é importante observar que, cada dia mais, jovens brasileiros se mostram como o estereótipo perfeito do adolescente: alienado, rebelde sem causa, revolucionário, ainda que não saiba por quê. O discurso principal é "devemos ser contra o sistema". Não se sabe o que ou qual é esse sistema, mas o importante é ser contra.
aaaaaÉ por causa de atitudes como essa que o Brasil se encontra na situação presente, com uma política tão degradada quanto possível. O que os participantes do movimento revoltoso de ontem não entendem é que o revolucionário acabou virando reacionário, por dois motivos. O primeiro é que revoluções de gente alienada são já um cliché tão grande que o diferente passa a ser o normal. O segundo motivo é exatamente a participação da maioria alienada. Por causa disso, o movimento é tão fraco e ideologicamente frágil que, a partir dele e de outros como ele, outros movimentos que realmente procuravam mudar alguma coisa passam a ser considerados pelo alvo dessas campanhas, os políticos, como somente outra 'revolta de adolescentes rebeldes sem causa'.
aaaaaO engraçado é pensar em como o senador Sarney estava provavelmente rindo dos rebeldes sem causa no conforto de sua casa, enquanto os revoltosos suavam sob o sol quente e seu movimento deteriorava-se ideologicamente. Da próxima vez, as crianças que acharam que iam parecer politicamente engajadas ou que só queriam fazer tumulto vão pensar duas vezes antes de fazer algo assim de novo.

sábado, 25 de julho de 2009

Keep Breathing

aaaaaEu não quero voltar pra lá. Eu não consigo. Eu tenho ataques de pânico, falta de ar, crises de depressão, eu não quero mais nada, eu quero tudo, eu não sei o que eu quero. Crise existencial fodida, aqui. E como uma amiga disse, tá ficando cada vez mais difícil acreditar, continuar, resistir, e nós vamos perdendo nossa identidade aos poucos.
aaaaaMas, não sei. Eu continuo projetando tudo pro futuro, e eu ainda guardo, lá bem no fundo, aquela esperançazinha tímida de que tudo vai ser melhor. E, se isso realmente acontecer, toda essa merda que eu, que nós tivemos de aguentar, será apenas um belo conjunto de memórias desagradáveis que, porém, nos ensinaram alguma coisa.
#32527A#32527Aaaaaaaaaaaaaaa
aaaaaAt the end of the day, we're all "hoping for the best, while expecting the worst".

quinta-feira, 23 de julho de 2009

João e Maria

aaaaaAh, este semestre já seria terrível, abominável, detestável, repulsivo... Mas agora? Agora vai ser simplesmente insuportável.
aaaaaNão sei o que serão minhas tardes sem a Rachel todo dia na sala 18, porque ela tava sempre de bom-humor e alegrava os piores dias. O que eu vou fazer sem ela lá, pra parar do nada e me abraçar, ou pra entrar em pânico comigo na véspera das provas, pra xingar o Demétrio Magnoli, pra gritar do lado da sala dos professores, pra levar pinto de elefante e ficar traumatizada andando encostada na parede, pra rir de absolutamente tudo, pra entrar na vala suja comigo, pra aprender a dança da chuva, pra almoçar comigo todo dia e rir mais um pouco de tudo, pra acreditar em mentiras sobre pamonhas fritas e sexo, pra gritar comigo coisas moralmente censuráveis depois das provas, pra imitar gatos no meio da rua...?
aaaaaEu fiquei tão acostumado com a Rachel no meu dia-a-dia que ela virou uma parte essencial da minha vida, como se fosse um pulmão. Ele está ali com você e te ajuda todo dia, mas de repente o tiram de você e fica difícil respirar...
aaaaaÉ como se fosse um grande pesadelo, porque a única coisa pior do que ter que continuar no Sigma é ter que continuar lá sem a Rachel.
aaaaaUma das poucas coisas que fez o ensino médio valer a pena foi todo o estresse, o desconforto e as noites sem dormir gerados pela Junior Achievement, porque lá nós ficamos amigos, e essa amizade vai ser um dos únicos produtos desses três anos que eu vou levar pra sempre.
aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
aaa"Agora era fatal que o faz-de-conta terminasse assim
aaaPra lá deste quintal, era uma noite que não tem mais fim
aaaPois você sumiu no mundo sem me avisar,
aaaE agora, eu era um louco a perguntar
aaaO que é que a vida vai fazer de mim?"

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Life is Like a Boat

Eu sempre reclamo de como todo mundo sabe tão pouco sobre mim, mas eu percebi que eu mesmo não sei absolutamente NADA. Queria saber o que eu quero da vida, queria saber como eu mesmo agiria em determinadas situações, queria saber porque eu sou assim e não sei de nada... A única coisa que eu sei é que eu sou um turbilhão de emoções presas dentro deste corpo, e esse tornado de sentimentos não cessa nunca de girar e mudar e destruir...! Ah, é tudo tão complicado. Ou não. Não sei. Viu? Não sei de nada. Pode ser que eu realmente torne tudo mais difícil do que é.
Ultimamente, a angústia e a nostalgia me acometem frequentemente. Mas eu não sei direito sobre essa nostalgia (é claro que não sei); é uma nostalgia estranha, que faz a angústia aumentar. Aí vem o desespero e o cansaço e a tristeza... Ou o alívio, a disposição e a alegria? Eu desconfio das minhas percepções sobre tudo ultimamente.
Ah, é isso. Tenho que descobrir o que tá acontecendo e, dependendo da resposta, parar de traçar esses enormes Axiomas de Euclides através da minha vida.

"Nobody knows who I really am..."


segunda-feira, 9 de março de 2009

Homecoming - The Death of St. Jimmy

Hoje um menino se matou no Pátio Brasil. Sim, de novo. E, depois de um longo dia como o que eu tive hoje, foi muito difícil me controlar para não bater forte em uma menina que estava comentando sobre isso.
"Haha, que otário emo! Se ele se matou, é porque não tava fazendo diferença pro mundo, mesmo". Sinceramente? Acho que pessoas como essa menina deviam estar mortas agora.
Se alguém deu fim à própria vida, não cabe a nós, em nenhuma instância, julgá-lo. Ele pode realmente ter tido motivos, sabe? E ninguém para para pensar nisso. Mesmo que os motivos não sejam suficientes ao nosso ver, para ele podem ter sido. Valendo-me de um exemplo bastante ingênuo, enquanto um seis em uma prova é motivo de gritos de alegria para uns, para mim é motivo de decepção.
Com toda a honestidade, não piscaria em hesitação antes de livrar o mundo da vida dessa menina, enquanto pensaria seriamente sobre manter ou não a vida de um suicida.


Este texto foi um grito de agonia da minha mente, portanto as palavras foram atiradas pela página como vieram a minha cabeça. Faz sentido para mim, e isso é mais do que suficiente.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Forever Young

Medo é uma coisa engraçada. Você sempre sabe que não há o que temer, mas, como dizia a personagem de um livro, eu falo pra minha cabeça 'vá!', minha cabeça fala pro meu coração 'vá!', mas meu coração responde 'vou nada!', e aí, com toda aquela oscilante determinação, os conflitos internos me destroem. É, eu pareço aquelas cidades gregas antigas; elas se autodestroem praticamente por inteiro e, com um mínimo de pressão externa, KABLOOIE! Tudo pro espaço.

E, falando em medos, me assalta atualmente, a todo tempo, o maior deles: o futuro. Não existe, decididamente, nada mais assustador do que não saber o que você está prestes a abandonar no ano, no mês, no dia seguinte. Cada escolha abre apenas uma porta, enquanto outras infinitas são fechadas. Assustador.

Ai, meus feijões mágicos que me aguardem.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Infinita Highway

E a angústia que não passa, e a dor que não passa, e as pessoas que não passam, e o tempo que não passa, e a vida que não passa...!
Passa... Sempre passa.

Mas o amor? Ah, o amor! O amor não passa nunca.